Li agora Americanah, de Chimamanda Ngozi Adichie. Um livro sublime, daqueles que nos impede de abrir outro por dias a fio, tão cativos que estamos das vidas e personagens de que aprendemos a gostar como se amigos fossem. Nele, uma das personagens refere-se ao amor da sua vida como Ceiling.
Ceiling porque se via o tecto nos momentos íntimos, ceiling porque se estava sempre ali, so ali, toda ali. E a minha mente viajou.
Tinha 25 anos e conheci o amor da minha vida, que afinal não era. Nem amor da minha vida, nem nada. Hoje, só nada. Um nada doce de lembrança, um nada que ainda assoma à flor da pele quando se lê um livro que fala do amor como presença e nunca to do lists ou a coisa seguinte ou a anterior, ou o jantar de ontem ou almoço de amanhã.
Há coisas que ficam connosco. Coisas que já não existem e estão em nós, gravadas a sorrisos de amor e lágrimas que já não temos, nas lembranças que já não lembramos, salvo na menção do amor sem pressa, para sempre, mesmo quando o para sempre são dois meses e uma vida de nada.